O olhar da gaivota
08 Sexta-feira Jan 2016
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in08 Sexta-feira Jan 2016
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in19 Terça-feira Maio 2015
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Hoje escolho algumas fotografias de retrato do extenso portfólio de Steve McCurry (1950) disponível no seu site. Steve McCurry foi tornado famoso pela foto da rapariga afgã de olhos verdes que fez capa da revista National Geographic.
Se por um lado o impacto humano desta humanidade do século XXI nos comove, impressiona, ou surpreende, é na composição cromática de cada fotografia que se encontra o apelo a olhar uma e outra vez.
A iluminação é quase sempre uniforme, não tirando a composição partido do claro escuro habitual em fotografia de retrato, onde o jogo de luz e sombra joga um papel essencial. Aqui a emoção surge na harmonia do contrate das cores a que o desenho de formas, de surpreendente elegância, dá corpo.
Fotos cuidadosamente encenadas, suponho, deixam na memória um rasto da beleza que pela diversidade do mundo se encontra.
E dão simultaneamente conta da persistente desigualdade que o século XXI conserva.
20 Segunda-feira Out 2014
Posted Convite à fotografia, Crónicas
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É possível que para as novas gerações a memória cinéfila se construa com os filmes vistos na juventude. Comigo não foi assim. Foi perto dos 30 anos, quando livre do mobiliário da função social da arte que me atravancava a cabeça, que despertei para grande parte dos filmes que agora fazem a minha delicia.
Viver o inicio da adolescência naquele remoto lugar que era o Algarve no inicio dos anos sessenta, onde nem televisão chegava em condições decentes, significou de tal forma uma estreiteza de oportunidades, que a minha memória cinéfila se faz da variedade entre os filmes de legiões romanas e as tragicomédias hispano-mexicanas com Cantiflas ou Marisol, passando por Sarita Montiel e Joselito. Um curto universo de que retenho difusas imagens de um rapazinho, qual pássaro cantor, apanhado pelas goelas de um leão no coliseu de Roma enquanto uma bela morena atira à arena um ramo de violetas.
Mantenho da adolescência o gosto pelos filmes de aventuras. Adorei a tetralogia Indiana Jones e “Em busca da Esmeralda Perdida” transforma-me qualquer melancolia na vontade de partir à volta do mundo esteja ou não o barco estacionado à porta de casa. E depois temos Os três Mosqueteiros naqueles magníficos chapéus adornados de penas de pavão que os transformavam em aves do paraíso dançando em lutas de esgrima.
Esta fantasia de Hollywood em torno de chapéus é em Ninotshka um absoluto do cinema na forma como um chapéu derrota o comunismo. Entre o primeiro olhar de desdém que a Garbo no papel de comissária soviética lança ao chapéu na vitrine do hotel e o segundo momento quando na solidão do quarto do hotel depois de se certificar que está tudo bem fechado, desembrulha o mesmo chapéu e o coloca na cabeça frente ao espelho, é uma história de civilização que decorre e com ela um conceito de mulher traduzido nestes pequenos gestos. Lubitsh era um mestre incomparável da ironia e tudo isto decorre numa suavidade de encantar.
Apetece dizer vivam os chapéus que nos dão de volta as mulheres no feminino e não seres assexuados pela ideologia.
As duas fotografias são de Greta Garbo, sem chapéu, feitas para a promoção do filme Mata-Hari, como de costume fotografada por Clarence Sinclair Bull
04 Quarta-feira Set 2013
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Ouvi dizer que outrora, quando a Pérsia / Tinha não sei qual guerra.
…
Serve-nos a televisão com o jantar, notícias das catástrofes do mundo e do andamento que os políticos lhes dão.
Ardiam casas, saqueadas eram
As arcas e as paredes,
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos,
Trespassadas de lanças, as crianças
Eram sangue nas ruas…
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído,
…
Inda que nas mensagens do ermo vento
Lhes viessem os gritos,
E, ao refletir, soubessem desde a alma
Que por certo as mulheres
E as tenras filhas violadas eram
Nessa vitória próxima,
…
Saber isto o espectador, acrescenta-lhe a ilusão de, ao saber o que acontece, participar na sua resolução: inclui-se na chamada opinião pública.
…
Inda que, no momento que o pensavam,
Uma sombra ligeira
Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
Breve seus olhos calmos
Volviam sua atenta confiança
Ao tabuleiro velho.
…
Os jogadores de xadrez jogavam
O jogo de xadrez.
E, na verdade, esta ilusão de assim interferir nos destinos do mundo, permite ganhar a tranquilidade de consciência e dormir em sossego.
Quão longe estamos da indiferença levada aos limites por Fernando Pessoa no poema do heterónimo Ricardo Reis, Os Jogadores de Xadrez, que tenho vindo a citar?
Desde muito novo me debato com a pontual evidência experiencial deste poema e a liminar recusa da indiferença pelo destino do mundo que me rodeia e em que vivo.
Ah! sob as sombras que sem qu’rer nos amam,
Com um púcaro de vinho
Ao lado, e atentos só à inútil faina
Do jogo do xadrez,
Mesmo que o jogo seja apenas sonho
E não haja parceiro,
Imitemos os persas desta história,
E, enquanto lá por fora,
Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
Chamam por nós, deixemos
Que em vão nos chamem, cada um de nós
Sob as sombras amigas
Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
A sua indiferença.
Soberba interrogação sobre nós e o mundo nos faz este poema! Aí fica na totalidade.
Os Jogadores de Xadrez
Ouvi dizer que outrora, quando a Pérsia
Tinha não sei qual guerra,
Quando a invasão ardia na Cidade
E as mulheres gritavam,
Dois jogadores de xadrez jogavam
O seu jogo contínuo.
À sombra de ampla árvore fitavam
O tabuleiro antigo,
E, ao lado de cada um, esperando os seus
Momentos mais folgados,
Quando havia movido a pedra, e agora
Esperava o adversário,
Um púcaro com vinho refrescava
Sobriamente a sua sede.
Ardiam casas, saqueadas eram
As arcas e as paredes,
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos,
Trespassadas de lanças, as crianças
Eram sangue nas ruas…
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído,
Os jogadores de xadrez jogavam
O jogo de xadrez.
Inda que nas mensagens do ermo vento
Lhes viessem os gritos,
E, ao refletir, soubessem desde a alma
Que por certo as mulheres
E as tenras filhas violadas eram
Nessa vitória próxima,
Inda que, no momento que o pensavam,
Uma sombra ligeira
Lhes passasse na fronte alheada e vaga,
Breve seus olhos calmos
Volviam sua atenta confiança
Ao tabuleiro velho.
Quando o rei de marfim está em perigo,
Que importa a carne e o osso
Das irmãs e das mães e das crianças?
Quando a torre não cobre
A retirada da rainha alta,
Pouco importa a vitória.
E quando a mão confiada leva o xeque
Ao rei do adversário,
Pouco pesa na alma que lá longe
Estejam morrendo filhos.
Mesmo que, de repente, sobre o muro
Surja a sanhuda face
Dum guerreiro invasor, e breve deva
Em sangue ali cair
O jogador solene de xadrez,
O momento antes desse
É ainda entregue ao jogo predileto
Dos grandes indif’rentes.
Caiam cidades, sofram povos, cesse
A liberdade e a vida.
Os haveres tranquilos e avitos
Ardem e que se arranquem,
Mas quando a guerra os jogos interrompa,
Esteja o rei sem xeque,
E o de marfim peão mais avançado
Pronto a comprar a torre.
Meus irmãos em amarmos Epicuro
E o entendermos mais
De acordo com nós-próprios que com ele,
Aprendamos na história
Dos calmos jogadores de xadrez
Como passar a vida.
Tudo o que é sério pouco nos importe,
O grave pouco pese,
O natural impulso dos instintos
Que ceda ao inútil gozo
(Sob a sombra tranqüila do arvoredo)
De jogar um bom jogo.
O que levamos desta vida inútil
Tanto vale se é
A glória, a fama, o amor, a ciência, a vida,
Como se fosse apenas
A memória de um jogo bem jogado
E uma partida ganha
A um jogador melhor.
A glória pesa como um fardo rico,
A fama como a febre,
O amor cansa, porque é a sério e busca,
A ciência nunca encontra,
E a vida passa e dói porque o conhece…
O jogo do xadrez
Prende a alma toda, mas, perdido, pouco
Pesa, pois não é nada.
Ah! sob as sombras que sem qu’rer nos amam,
Com um púcaro de vinho
Ao lado, e atentos só à inútil faina
Do jogo do xadrez,
Mesmo que o jogo seja apenas sonho
E não haja parceiro,
Imitemos os persas desta história,
E, enquanto lá por fora,
Ou perto ou longe, a guerra e a pátria e a vida
Chamam por nós, deixemos
Que em vão nos chamem, cada um de nós
Sob as sombras amigas
Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez
A sua indiferença.
1-6-1916
Transcrevi a versão proposta por Manuela Parreira da Silva em Ricardo Reis, Poesia, Assírio & Alvim, Lisboa, 2000.
As fotos que acompanham o artigo pertencem à selecção 2013 de WorldPress Photo, e podem ser encontradas com informação sobre os seus autores seguindo este link AQUI.
09 Sexta-feira Ago 2013
Posted Convite à fotografia, Crónicas
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Sirvo-me de uma máxima de François de La Rochefoucauld (1613-1680), agradável ao engenheiro civil que em mim habita, para mostrar algumas fotos de arquitectura notáveis pelo motivo e pela qualidade técnica de enquadramento e iluminação de que dão mostra.
Deixou-nos o duque francês entre as suas máximas, a afirmação de que Podemos comparar o carácter dos homens com a maior parte dos edifícios: têm diversos ângulos, alguns agradáveis outros nem por isso., o que é uma observação interessante e um alerta para os juízos que na nossa vida de relação fazemos sobre os outros.
Hoje a profissão levou-me a encontrar um senhor de 90 anos que mantinha um espirito vivíssimo apesar das maleitas físicas. A certa altura a conversa desandou e pergunta-me:
– E o senhor já experimentou o 69?
A relação era profissional e respondi-lhe apenas:
– Esse é um prazer dos deuses a que poucos mortais se atrevem.
A conversa ainda decorreu mais um pouco em ambiente desanuviado, mas o que segue é que a vontade do sexo, quando desponta é para a vida. O desejo apenas se adapta às possibilidades do corpo. E quando estamos perante alguém de provecta idade e cabeça sã, não vale a pena supor que regrediu até à mais tenra infância, pois a vida vivida está lá, ainda que, como diz o nosso filósofo de hoje:
Chegamos inexperientes a cada nova idade da vida. Por consequência, a experiência trai-nos, apesar do número de anos vividos.
Ou seja, o desafio é sempre aprender, o que me aconteceu nesta visita profissional.
Terminemos então esta conversa com a Máxima 69 de La Rochefoucauld tão a propósito para aquilo que nos ocupa:
É difícil explicar o amor. Na alma, ele exprime-se pela paixão de domínio, no espírito, é a compreensão e no corpo, não passa de um desejo escondido e delicado de se possuir o que se ama, depois de se proceder a um jogo misterioso.
Nota bibliográfica
As Máximas de La Rochefoucauld foram transcritas de Máximas e Reflexões Morais, tradução de Raúl Mesquita, Edições Sílabo, Lisboa, 2008.
Passemos finalmente ao que falta de fotos. Os nomes dos fotógrafos podem ser encontrados passado o cursor sobre a imagem.
08 Quinta-feira Ago 2013
Posted Convite à fotografia, Poesia Antiga
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Ainda não é o tempo de vos ocupar com erudições a propósito da poesia do Al-Andaluz, por isso, deixo-vos apenas um poema de Al-Sarif al-Talïq / O Principe Amnistiado (961-1009).
A foto de Jean-Marie Auradon (1887-1958) que abre o artigo, mostra um dos mais belos nus de mulher que conheço em fotografia, e pareceu-me digna de transmitir visualmente a beleza cantada no poema.
A formosa na orgia
Seu talhe flexível era um ramo que balouçava sobre o montão de areia de
seus quadris, e do qual colhia meu coração frutos de fogo.
Os ruivos cabelos que cobrem suas têmporas debuxavam um lam na branca pagina da maçã do rosto, como ouro que escorre sobre prata.
Estava no apogeu da sua beleza, como o ramo se veste de folhas.
O vaso cheio de roxo néctar era, entre seus dedos brancos, como um crepúsculo que amanheceu em cima de uma aurora.
Saiu o sol do vinho, e era sua boca o poente, o oriente a mão do copeiro,
que ao despejar o vinho pronunciava formulas corteses.
E ao pôr-se no delicioso ocaso de seus lábios, deixava o crepúsculo nas maçãs de seu rosto.
A tradução é de Segismundo Spina e vem incluída em anexo no seu estudo clássico A LÍRICA TROVADORESCA publicado pela Editora da Universidade de S Paulo.
03 Sexta-feira Maio 2013
Posted Convite à fotografia
inEntre o conjunto de fotos sobre trabalhadores migrantes na California feitas por Dorothea Lange (1895-1965) entre os anos de 1936 – 1939 avultam as fotos conhecidas como da Mãe Migrante,
Tiradas ao abrigo do programa da FSA (Farm Security Administration) que se propunha documentar a Grande Depressão dos Anos 30 nos EUA, são hoje a imagem mesma desse período, para além dos filmes ou livros como As Vinhas da Ira de John Steinbeck.
Nas fotos vemos uma mulher que, sabemos hoje, tinha sete filhos e 32 anos à data das fotos.
É a ausência de esperança no olhar o que mais impressiona, naquele desolado enquadramento de miséria. Não durou eternamente, e a vida mudou (a Senhora, Florence Thompson, aceitou ser fotografada com três filhas em 1979, por Bill Ganzel).
Apesar da crueza, as fotos acabam por ser iconografia de esperança, e na sua verdade mostram como o eterno não dura sempre, e aos tempos difíceis melhores dias se sucedem.
Abri o artigo com a mais famosa das cinco fotos conhecidas. Seguem-se as restantes. São todas fotos feitas a partir dos negativos digitalizados, propriedade da Biblioteca do Congresso dos EUA.
13 Sábado Abr 2013
Posted Convite à fotografia, Crónicas, Poetas e Poemas
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Quando leio e aqui transcrevo os exaltados êxtases poéticos da rapaziada de inicio do século XX, interrogo-me sobre qual seria o aspecto das mulheres que os entusiasmavam.
Por exemplo, para Juan Ramón Jiménez (1881-1958), o Nobel espanhol, quando escreve no seu poema A mulher nua:
Limite exacto da vida, / perfeito continente, / harmonia formada, único fim, / definição real da beleza, / mulher nua:
que mulher veria?
É uma pergunta para a qual nunca terei resposta, mas apraz-me aceitar que a beleza fotografada a meio corpo que vos trago a abrir poderia estar entre essas deusas de levar à loucura os mancebo da época. Ou então, esta outra menininha com frio apenas nas pernas que prazenteira se mostra, com mais delicadeza e charme que suas netas ou bisnetas que hoje fazem os fólios centrais das revistas de tudo e nada.
Querereis conhecer o poema na totalidade? Ele aqui fica.
A mulher nua
Humana fonte bela,
repuxo de delicia entre as coisas,
terna, suave água redonda,
mulher nua: um dia,
deixarei de te ver,
e terás de ficar
sem estes assombrados olhos meus,
que contemplavam tua beleza plena,
com a insaciável plenitude do seu olhar?
(Estios; verdes frondas,
águas entre as flores,
luas alegres sobre o corpo,
calor e amor, mulher nua!)
Limite exacto da vida,
perfeito continente,
harmonia formada, único fim,
definição real da beleza,
mulher nua: um dia,
quebrar-se-á a minha linha de homem,
terei que difundir-me
na natureza abstracta;
não serei nada para ti,
árvore universal de folhas perenes
concreta eternidade!
Poema de Juan Ramón Jiménez
Tradução de José Bento
Não estando ao alcance de todos belezas de primeira água como as anteriores, havia a fantasia de sonhar com as divas do cinema já na época, e não muito diferente da primeira, é a foto de Louise Brooks (1906-1985), inesquecível Lulu no cinema mudo e diva dos anos 20 do século XX, com que fecho esta pequena nota de fim-de-semana.
05 Sexta-feira Abr 2013
Posted Convite à fotografia, Poetas e Poemas
inFotografar a dansa (com s por sugestão de Sophia de Mello Breyner Andresen a quem parecia ser S a letra adequada para dar à palavra o movimento do seu significado) parece um contra-senso – imobilizar algo que só existe em movimento.
Nesta foto de Yousuf Karsh (1908-2002) surge uma aproximação convincente à dansa fotografada, onde a lenda do ballet clássico, Maya Plisetskaya (1925), morre como cisne no ballet de Tchaikovsky, O Lago dos Cisnes.
Tudo me é uma dança em que procuro
A posição ideal,
Seguindo o fio dum sonhar obscuro
Onde invento o real.
À minha volta sinto naufragar
Tantos gestos perdidos
Mas a alma, dispersa nos sentidos,
Sobe os degraus do ar…
Sophia de Mello Breyner Andresen
in POESIA, 1944
16 Sábado Mar 2013
Posted Convite à fotografia
inAnna Magnani – Mamma Roma para Pier Paolo Pasolini
Entretive-me há dias percorrendo um vasto arquivo de fotos de e sobre cinema. Foi uma espécie de regresso à infância.
Por volta dos dez, onze anos, como suponho que acontece com os miúdos ainda hoje, coleccionei cromos. Uma das colecções que me encantava e mesmo depois de concluída folheei vezes sem conta, foi uma série dedicada a estrelas de cinema. Nomes e rostos que nada me diziam em concreto mas que me embalavam a imaginação. Muitos deles encontrei-os já adulto quando o gosto pelo cinema clássico europeu e de Hollywood em mim explodiu.
Deste folhear de memórias, vendo fotos de estrelas de cinema, escolho umas quantas para aqui vos deixar.
Têm a dupla característica de serem belas fotos do ponto de vista técnico e artístico, e mostrarem ícones que nos povoaram, e a alguns povoam, a imaginação.
Monica Vitti – a diva de Michelangelo Antonioni
Ava Gardner – A inesquecível Condessa Descalça.
O mais belo animal do mundo, chamaram-lhe alguns.
Louise Brooks – A Lulu de todos os sonhos
Termino com as pernas do Anjo Azul – Marlene Dietrich
E em epílogo, a cores, a deslumbrante, ainda hoje, Brigitte Bardot