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Fernando Pessoa no país dos sonhos

07 Segunda-feira Jan 2019

Posted by viciodapoesia in Poetas e Poemas

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Fernando Pessoa, Magritte

Procurar o sonho na poesia de Fernando Pessoa(1888-1935) é uma viagem emocionalmente arriscada. Ele está lá, mas no deslaçado da existência no mundo da sua poesia, ele é o outro lado a que a vida não chega e do qual uma nostalgia às vezes sobrevive.

 

Ainda muito jovem, Fernando Pessoa na sua poesia desencantava-se da vida e do lugar onde a viver, em termos de pungente desolação:

 

 

Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.

Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.

O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.

Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.
21-11-1909

 

 

 

Mais de vinte anos passados, e porque o sonho, embora triste, existiu, o poeta escreve ainda, metaforicamente, a esperança de que sobre o negro do girassol da vida, o seu amarelo lhe dê o calor que a infância espera dela:

 

 

Guardo ainda, como um pasmo
Em que a infância sobrevive,
Metade do entusiasmo
Que tenho porque já tive.

Quase às vezes me envergonho
De crer tanto em que não creio.
É uma espécie de sonho
Com a realidade ao meio.

Girassol do falso agrado
Em torno do centro mudo
Fala, amarelo, pasmado
Do negro centro que é tudo.
18-4-1931

 

 

Adulto, e consciente de si, mesmo assim o sonhar não traz um sentido diferente à existência, conduzindo-a pelo caminho que vontade e desejo podem traçar:

…
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
 …

 

e ainda, no outro poema a seguir transcrito refere:

…
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
…

 

 

Eis os poemas citados:

 

 

*
Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
 
Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
 
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, estar em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há ou não há o mesmo resta.
 
Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
 
Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
20-1-1933

 

 

**
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.
24-8-1930

 

 

 

O confronto entre o eu poético de Fernando Pessoa e o mundo é sempre desencantado, se não mesmo amargo, e sonhos de que o futuro traga dias melhores não existem:

 

Lá fora a vida estua e tem dinheiro.
Eu, aqui, nulo e afastado, fico
O perpétuo estrangeiro
Que nem de sonhar já sou rico.
…

 

Ou como refere noutro poema:

…
Dentro em breve (poucos anos
É quanto vive quem vive),
Eu, anseios e enganos,
Eu, quanto tive ou não tive,
Deixarei de ser visível
Na terra onde dá o Sol,
…

 

Estes são fragmentos de complexos poemas que transcrevo a seguir, interpeladores da existência, do estado do mundo, do papel do indivíduo nele, onde sonhos não têm lugar:

 

 

***
Se penso mais que um momento
Na vida que eis a passar,
Sou para o meu pensamento
Um cadáver a esperar.

Dentro em breve (poucos anos
É quanto vive quem vive),
Eu, anseios e enganos,
Eu, quanto tive ou não tive,
Deixarei de ser visível
Na terra onde dá o Sol,
E, ou desfeito e insensível,
Ou ébrio de outro arrebol,
Terei perdido, suponho,
O contacto quente e humano
Com a terra, com o sonho,
Com mês a mês e ano a ano.

Por mais que o Sol doire a face
Dos dias, o espaço mudo
Lembra-nos que isso é disfarce
E que é a noite que é tudo
1-5-1931

 

 

****
Lá fora a vida estua e tem dinheiro.
Eu, aqui, nulo e afastado, fico
O perpétuo estrangeiro
Que nem de sonhar já sou rico.

Não sou ninguém, o meu trabalho é nada
Neste enorme rolar da vida cheia,
Vivo uma vida que nem é regrada
Nem é destrambelhada e alheia.

E um século depois terá esquecido
Tudo quanto estuou e foi ruído
Nesta hora em que vivo. E os bisnetos
Dos opressores de hoje, desta louca luta
Saberão, mas vagamente, a data
— E claramente os meus sonetos.
2-9-1922

 

 

Em todos estes poemas pressente-se o desejo de uma vida que não se viveu, e o medo de a sonhar traz consigo a dura e desencantada consciência do seu vazio, algo que o poema com que termino eloquentemente enuncia:

 

*****
Deslembro incertamente. Meu passado
Não sei quem o viveu. Se eu mesmo fui,
Está confusamente deslembrado
E logo em mim enclausurado flui.
Não sei quem fui nem sou. Ignoro tudo.
Só há de meu o que me vê agora —
O campo verde, natural e mudo
Que um vento que não vejo vago aflora.
Sou tão parado em mim que nem o sinto.
Vejo, e onde [o] vale se ergue para a encosta
Vai meu olhar seguindo o meu instinto
Como quem olha a mesa que está posta.
13-9-1934

 

Poemas transcritos de Fernando Pessoa, Novas Poesias Inéditas, Edições Ática, 1973.

 

 

Abre o artigo a imagem de uma pintura de Magritte (1898-1967).

 

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Ode ao Cidadão Anónimo por E. M. de Melo e Castro

15 Segunda-feira Maio 2017

Posted by viciodapoesia in Poetas e Poemas

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E.M. de MELO e Castro, Magritte

A próxima e esperada robotização generalizada da produção em todos os sectores da actividade económica gerará o desaparecimento em massa de empregos, mesmo qualificados, sem que a reorientação da ocupação de vastas camadas da população se perspective.
Há nesta alteração dos sistemas de produção, com a diminuição drástica do emprego humano, uma contradição insanável nos termos actuais: Se a grande maioria passar a não ter trabalho porque passou a produzir-se em massa mais barato com robots, de onde virá às largas massas sem trabalho o dinheiro para comprar o que se produz? Não existindo quem compre, para que servirá a produção?
A antevisão de que começa a falar-se é a de uma polarizarão social entre alguns muito ricos, donos de negócios robotizados potencialmente rentáveis, e uma imensa massa sem recursos a quem o estado providenciaria um rendimento mínimo por via da cobrança de impostos aos muito ricos. Todos pobrezinhos e sem trabalho.
Serão muito complexas as relações sociais numa sociedade que se desenhe assim. O modelo em que temos vivido desde a eclosão da primeira revolução industrial chegará ao fim com as suas oportunidades de mobilidade social e “subir na vida”.
Os ajustamentos ocorrerão inevitáveis, lentos e dolorosos.

É do hoje e não desta revolução anunciada que fala o poema que a seguir entrego à meditação dos leitores,  a Ode ao Cidadão Anónimo, uma das ODES OCAS de E. M. de Melo e Castro (1932).
Medindo-se com o prosaico do nosso quotidiano, esta e as restantes catorze Odes do livro 15 Odes Ocas escritas entre 2009 e 2013, entre Portugal e Brasil, dão-no conta de uma reflexão necessária sobre cada um de nós enquanto ser social e sobre a forma como integramos/participamos neste universo onde a nossa vida ainda decorre.
Surgem no poema Ode ao Cidadão Anónimo muitas das perplexidade e contradições com que hoje nos confrontamos e para as quais as respostas certas não existem. Simplesmente se o try and error da ciência é sempre uma tragédia para muitos quando ensaiado nas sociedades humanas, a adopção política de medidas do passado para os novos problemas também não é solução que se aplauda ou apoie. Haja dúvidas para que as respostas possam surgir.

Ode ao Cidadão Anónimo

Tu, cidadão anónimo, igual a ti próprio e a mim/outro
Que compras tudo o que és capaz de comprar
E deitas para o lixo tudo o que compraste

Que ganhas a tua vida perdendo a tua vida
Vida que é pequena e que só tens uma
Mas finges ignorar

Que pagas as contas que fazes sem saber porquê
Mas esperas descontos nos contos do vigário
que os teus credores te contam

Tu que ainda há pouco alimentavas a ilusão
de que o que fazes é produtivo para o teu país,
vais verificando dia a dia
que o teu trabalho é inútil principalmente para ti
porque um dia te despedem
até ficares despido

porque quem não precisa de ti não quer senão o teu voto
e tu que te lixes no lixo
porque o trabalho que fizeste toda a vida
é muito mais bem feito por qualquer robot
e ninguém dá por isso se não for feito
por isso és despedido
Assim desfruta a tua liberdade de desempregado
o melhor que puderes
porque és livre e por isso descartável

Está é a mais extraordinária descoberta da sociologia neoliberal
cibernetizada e deves ficar feliz com isso!

Mas não digas a ninguém.
Chora essa tua felicidade sozinho.

Se és velho, nunca vás para uma casa de repouso.
Finge que trabalhas.
Finge que te pagam, mesmo sabendo que nada recebes
Porque dá mais gozo não receber um salário venenoso
Que é teu
Mas irá fortalecer o sistema capitalista
E o igualmente selvagem neoliberalismo…
De que tanto gostas
E em que votaste à toa!

Transcrito de 15 Odes Ocas, editor Pé de Mosca, 2013.

 

Os leitores que não conheçam o poeta e a sua obra podem encontrá-lo em vídeos YouTube.

 

Abre o artigo uma pintura de Magritte (1898-1967).

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Homenagem a Magritte com um pouco de cinema à mistura

21 Terça-feira Out 2014

Posted by viciodapoesia in Convite à arte

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Magritte

Nesta fotografia, homenagem à obra de Magritte (1898-1967),  é a reflexão sobre o significado do que  vemos além do olhar, para onde toda a sua pintura nos convoca, que pretendo registar. Segue-se a pintura que lhe deu origem.

Numa cena notável do filme O caso Thomas Crown, remake, a ilusão criada pela multiplicação da mesma imagem inspirada na pintura de Magritte com um vulto de homem com sobretudo, chapéu de coco e maçã na cara, impedindo o reconhecimento do personagem procurado no museu, quando supostamente pretende devolver a pintura de Monet roubada, é um caso particularmente feliz desta reflexão, que de resto todo o filme é, ao fazer girar o argumento em torno da pintura autentica e da sua imitação.

Evidentemente para lá do caso humano que a história protagoniza naquela leveza de champanhe que o faz um dos meus filmes preferidos de sempre, não contribui menos para essa preferência a cena de dança que se constitui o momento de viragem na história, deixando os personagens de Pierce Brosnan/René Russo de ser adversários para passarem a ser cúmplices apaixonados. O vestido negro transparente com que René Russo perde a cabeça, julgando estar a caçar, contribui decisivamente para que esta seja uma das cenas de maior erotismo no cinema alguma vez filmadas.

Termino convidando-vos a olhar o mundo na perspectiva Magritte, depois de nestes dias vos ter arrastado ao prosaico quotidiano.

Primeiro a mobilidade:

Segue-se a paisagem e a natureza

Temos em cima, e em baixo, o homem … e a mulher

Terminemos com dois retratos da mulher imaginada pelo pintor: o rosto e em corpo inteiro

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Antonio Machado – Parábolas I

23 Sábado Mar 2013

Posted by viciodapoesia in Poetas e Poemas

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Antonio Machado, Magritte

Magritte_Rene-Beautiful_World

Regresso à poesia de António Machado (1875-1939) com a primeira das parábolas publicadas em Campos de Castilla (1907-1917).

Poema sobre a realidade e o sonho, nele, uma vez mais, António Machado  e o seu filosofar poético tocam-nos no mais fundo da alma.

Era un niño que soñaba / un caballo de cartón.

Abrió los ojos el niño / y el caballito no vio.

Fazendo uso da sua simplicidade enganosa, que não é senão mestria de génio, somos levados da infância à velhice embalados na música dos versos, tentando encontrar a fronteira entre sonho e realidade, sem sucesso.

Deixo-vos a tradução de José Bento, primeiro, seguida do original em castelhano.

Tentai a leitura do poema original em voz alta e sentir-se-á melhor o prodígio de musicalidade que este poema é.

Era um menino a sonhar

com um cavalo de cartão.

O menino abriu os olhos

e não viu o cavalinho.

Com um cavalinho branco

ele voltou a sonhar;

pelas crinas o prendia…

Assim não te escaparás!

Mal o conseguiu prender,

logo o menino acordou.

Tinha a sua mão fechada.

O cavalinho voou!

O menino ficou sério,

pensando não ser verdade

um cavalinho sonhado.

Já não voltou a sonhar.

E o menino se fez moço

e o moço teve um amor,

e dizia à sua amada:

Tu és de verdade ou não?

Quando o moço se fez velho

pensava: Tudo é sonhar,

o cavalinho sonhado

e o cavalo de verdade.

E quando chegou a morte,

o velho ao seu coração

perguntava: Tu és sonho?

Quem saberá se acordou!

Era un niño que soñaba

un caballo de cartón.

Abrió los ojos el niño

y el caballito no vio.

Con un caballito blanco

el niño volvió a soñar;

y por la crin lo cogía…

¡Ahora no te escaparás!

Apenas lo hubo cogido,

el niño se despertó.

Tenía el puño cerrado.

¡El caballito voló!

Quedóse el niño muy serio

pensando que no es verdad

un caballito soñado.

Y ya no volvió a soñar.

Pero el niño se hizo mozo

y el mozo tuvo un amor,

y a su amada le decía:

¿Tú eres de verdad o no?

Cuando el mozo se hizo viejo

pensaba: Todo es soñar,

el caballito soñado

y el caballo de verdad.

Y cuando le vino la muerte,

el viejo a su corazón

preguntaba: ¿Tú eres sueño?

¡Quién sabe si despertó!

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O Complexo do Armário – Poema de Isabel Meyrelles

11 Sexta-feira Jan 2013

Posted by viciodapoesia in Convite à arte, Poetas e Poemas

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Isabel Meyrelles, Magritte

Magritte_Rene-The_Key_to_the_Fieldds_La_Clef_de_champsRegressado de férias, com a vida a procurar equilibrar-se no escorregadio deste nosso quotidiano, às vezes a sugestão oferecida por Isabel Meyrelles (1929) em O Complexo do Armário ganha apetitosas cores. Partilho-a com quem a não conheça.

O Complexo do Armário

Se é infeliz,
insone, angustiado,
cardíaco, dipsomaníaco,
melancólico
ou hipocondríaco,
se anda deprimido
pelo tempo morto dos sonhos
e se acredita
que um na mão
vale mais
que dois a voar,
faça como eu:
arranje um armário.
O meu tem protecção
contra o nevoeiro, as traças,
a amnésia.
possui o tudo-é-d’esgo(s)to,
ar condicional
e muros acolchoados
para cabeças sensíveis.
Previ também
uns ganchos no tecto
para o excedente dos bolsos:
óculos, amores mortos,
sapatos velhos,
casa dos antepassados
e várias outras coisas
de que não direi o nome.
Para as horas de ócio,
escolhi um pedaço de mar,
a biblioteca de Babel,
a praça St. Germain des Prés
às 5 da manhã
e uma florestado Plistoceno
com inúmeros mamutes
e macairódus,
sem esquecer o fundo sonoro ad hoc,
rugidos, uivos
e barridos extremamente típicos.
Muito repousante.
Experimente
e depois diga se gostou.

Lido este convite a desligar de tudo e encontrar o casulo ou armário onde guardar o que a vida nos deixou, na espera de que o ócio de prazer ainda seja possível, me despeço.

Noticia bibliográfica

O poema foi originalmente escrito em francês e publicado em Le Livre du Tigre em 1977.

A tradução portuguesa é da autora e a transcrição provém de POESIA, Quasi Edições, 2004.

Este livro, POESIA, reúne a poesia da autora, e contém a abrir um pequeno estudo de Perfecto E. Cuadrado, onde este enquadra, na biografia da artista, a obra escultórica e poética, filha do surrealismo.

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