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Tag Archives: Matsuo Bashô

Matsuo Bashô — 6 Haiku em versão de Casimiro de Brito

28 Sábado Set 2013

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Casimiro de Brito, Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-Grey 1970*

Velha cidade silenciosa…

O perfume das flores flutuando

e à noite um sino a cantar.

 **

Na ressaca da maré

pequenas conchas brilhantes

matizadas com pétalas de trevo.

 ***

Purificar, gotas de orvalho

em vossa tão breve água

estas mãos escuras e vivas!

 ****

Silêncio profundo!

Até o cantar dos grilos

está escondido nas rochas…

 *****

Acorda! O céu iluminou-se!

Vamos novamente para a rua

amiga borboleta.

 ******

Ouçam o velho tanque.

O ruído de rãs saltando

em águas onde nadei.

 

Poemas de Matsuo Bashô (1644-1694) em traduções de Casimiro de Brito (1938) publicadas em POEMAS ORIENTAIS, hai-cais, 1958-1963.

Transcritos de Ode & Ceia, Poesia 1955-1984, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1985.

Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.

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Matsuo Bashö pelas 4 estações — 5 Haiku na Primavera

22 Domingo Set 2013

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Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-Untitled 1950 Primavera*

Chuva de flores de ameixeira

Um corvo procura em vão

o seu ninho

 **

A uma papoila

deixa as asas a borboleta

Como recordação

 ***

Lua cheia:

para repousar os olhos

uma nuvem de tempos a tempos

 ****

Flores queimadas pela geada

Os grãos caídos

semeiam a tristeza

 *****

Depressa se vai a primavera

Choram os pássaros e há lágrimas

nos olhos dos peixes

 Versões de Jorge Sousa Braga.

 Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.

 Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

 Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku

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Matsuo Bashô pelas 4 estações — 7 Haiku no Inverno

21 Sábado Set 2013

Posted by viciodapoesia in Poesia Japonesa

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Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-Footsteps 1954 Inverno*

Primeiro aguaceiro de inverno

Meu nome será

vagabundo

 **

Intempérie—

infiltra-se o vento

até na minha alma

 ***

A água é tão fria

como pode a gaivota

adormecer?

 ****

As mãos no lume

…e na parede

a sombra do meu amigo

 *****

Vaivém de fim de ano —

ah este pescador imóvel

que sonha

 ******

Oh anda ver

Uma bola de neve

a arder

 *******

Separados pelas nuvens

dois patos selvagens

dizem-se adeus

 Versões de Jorge Sousa Braga.

 Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.

 Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

 Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.

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Matsuo Bashô pelas 4 estações — 4 Haiku no Outono

14 Sábado Set 2013

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Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-Ascent 1961 Outono

*

Outono:

velhos parecem até

os pássaros e as chuvas

 **

Crepúsculo:

as ervas parecem seguir

os rebanhos que recolhem

 ***

Admirável aquele

cuja vida é um contínuo

relâmpago

 ****

Na escuridão do mar

brancos

gritos de gaivotas

 Versões de Jorge Sousa Braga.

Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.

 Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

 Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.

 

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Matsuo Bashö pelas 4 estações — 5 Haiku no Verão

13 Sexta-feira Set 2013

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Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-Number_2 1954 Verão

*

Preso na cascata

um instante:

o verão

**

Frescura:

os pés no muro

ao dormir a sesta

***

Silêncio:

as cigarras escutam

o canto das rochas

****

Chuva de verão:

até ou grous se queixam

de terem as pernas curtas

*****

No pôr do sol

entre as papoilas brancas

as faces curtidas dos pescadores

Versões de Jorge Sousa Braga.

Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.

Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.

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Matsuo Bashö — de volta com alguns Haiku

06 Sexta-feira Set 2013

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Kenzo Okada, Matsuo Bashô

Okada_Kenzo-To_Point 1962Talvez só estejamos maduros para a poesia após uma vasta vivência. A aprendizagem da vida pela experiência acaba por nos fazer saber separar o essencial do acessório, e aí, como necessidade do espirito humano, surge a poesia na sua contenção verbal a mostrar-nos o que do mundo vale a pena perceber.

São forma superior deste relato vivencial e reflexivo o Haiku japonês. Mesmo para os não conhecedores da língua japonesa, as aproximações a esta poesia feitas em línguas ocidentais lançam frequentemente faíscas de emoção.

De Matsuo Bashô (1644-1694), eis alguns Haiku em versões de Luísa Freire.

*

Que belo que é

não pensar ao ver um raio:

“A vida é fugaz”.

**

Aqui o silencio —

somente a voz da cigarra

penetra os rochedos.

***

Começo de outono;

quer o mar, quer as campinas,

tudo é um só verde.

****

Entrega ao Salgueiro

o tédio e todo o desejo

do teu coração.

*****

Esvai-se o som na noite;

sobe o perfume das flores —

um sino tocou.

******

Tudo o que me cerca

e encontra o meu olhar

é fresco e é novo.

*******

Varrendo o jardim,

a neve ficou esquecida

pela vassoura.

Poemas publicados em Imagens Orientais, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003.

Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.

 

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