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Okada_Kenzo-Footsteps 1954 Inverno*

Primeiro aguaceiro de inverno

Meu nome será

vagabundo

 **

Intempérie—

infiltra-se o vento

até na minha alma

 ***

A água é tão fria

como pode a gaivota

adormecer?

 ****

As mãos no lume

…e na parede

a sombra do meu amigo

 *****

Vaivém de fim de ano —

ah este pescador imóvel

que sonha

 ******

Oh anda ver

Uma bola de neve

a arder

 *******

Separados pelas nuvens

dois patos selvagens

dizem-se adeus

 Versões de Jorge Sousa Braga.

 Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.

 Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).

 Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.