Etiquetas
Primeiro aguaceiro de inverno
Meu nome será
vagabundo
**
Intempérie—
infiltra-se o vento
até na minha alma
***
A água é tão fria
como pode a gaivota
adormecer?
****
As mãos no lume
…e na parede
a sombra do meu amigo
*****
Vaivém de fim de ano —
ah este pescador imóvel
que sonha
******
Oh anda ver
Uma bola de neve
a arder
*******
Separados pelas nuvens
dois patos selvagens
dizem-se adeus
Versões de Jorge Sousa Braga.
Transcritos de Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003.
Acompanha esta poesia uma imagem da pintura de Kenzo Okada (1902-1982).
Pesquisando no blog por Haiku, encontrará o leitor curioso outros poemas e também considerações sobre a técnica do Haiku.