Etiquetas
Hoje, que a luz banha Lisboa e o cheiro da Primavera começa a soprar, da janela onde vejo o rio, ocorre-me este poema de António Manuel Couto Viana (1923-2010), Miradoiro, pérola no descrever do sentimento que a paisagem inspira.
A foto, fi-la, anos vai, ao olhar Lisboa a partir de Alcochete, na margem sul do rio Tejo.
Miradoiro
Frágeis, acenam alvos lenços d’asas
As gaivotas que a brisa, mansa, embala.
O rio azula, emoldurado em casas
— Que lindo quadro para pôr na sala!
No lírico perfil fogem veleiros,
Onde embarquei uns restos de ansiedade;
E, no cais, os guindastes e os cargueiros
São prática e viril realidade.
É mentira, talvez,
Assinar com meu nome esta poesia:
O Tejo foi quem na fez…
Cheira a limos, a sal, a maresia!
Poema publicado no livro No Sossego da Hora, 1949, Prémio Antero de Quental.
Transcrito de Líricas Portuguesas, 3ªSérie, Volume II, selecção e apresentação de Jorge de Sena, Edições 70, Lisboa 1983.
Bateu uma baita saudade da terrinha! Que vontade de regressar a Lisboa! Lindo poema!
GostarGostar
Emociona, toca, inspira
GostarGostar
Amo adentrar o seu mundo. Abs.
GostarGostar
Reblogged this on Borboletanoespelho and commented:
LISBOA EM LISBOA…..
GostarGostar