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Embora correspondendo a um curto período no inicio da carreira de Picasso (1881-1973), nos 20 anos do pintor, a fase azul (1901-1904), contém um conjunto de obras-primas de uma singularidade surpreendente na obra do mestre, e impar no contexto da época que as viu nascer.
Radicam elas, em assunto, no realismo de final do século XIX, dando a ver a condição miserável das gentes. Mas é na técnica pictórica que se revela a sua profunda originalidade e carácter único.
Na técnica do desenho, o afastamento da escola realista é total, oferecendo as pinturas uma ausência de perspectiva no envolvimento do assunto principal, sendo o preenchimento do espaço feito no máximo com justaposição de planos, permitindo antecipar o que seria a concepção cubista da representação espacial.
Num tempo em que o colorido da natureza triunfava e a fantasia fauvista fazia da alacridade o motivo, as pinturas do período azul de Picasso surgem nimbadas de monocromia, com um domínio absoluto do azul, revelando de forma pungente a desolação e crueza de uma existência que a pintura escolhia como assunto e um desenho de mestre tornava eternamente vívidas.
São pinturas de gente, em retrato, em grupo ou em actividades de sobrevivência, onde numa ou outra um simbolismo de religiosidade cristã sobressai.
Aqui fica uma pequena escolha. A abrir, a originalidade do retrato: na técnica e no assunto.
A vida…
o seu simbolismo…
e o vivê-la.
Termino com os esperançosos casais deste inicio do século XX.
Belíssimo esse período dedicado ao azul, e tão mais a sensibilidade de tê-lo compartilhado! Saudações cordiais.
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Lindo demais!!!
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