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Avesso que sou a efemérides com pretexto necrófilo, passo habitualmente esses eventos mediáticos em silêncio. A morte de Mandela, no que pode significar do fim de um tempo, leva-me a recordar o belo poema de Langston Hughes (1902-1967) I, Too.
Eu também
Eu, também, canto América.
Sou o irmão negro.
Mandam-me comer na cozinha
Quando chega alguém,
Mas rio,
E como bem,
E cresço forte.
Amanhã,
Estarei à mesa
Quando alguém chegar.
Ninguém se atreverá,
Então,
A dizer-me,
“Come na cozinha”.
Além disso,
Verão como somos belos
E terão vergonha—
Eu, também, sou América.
Original
I, Too
I, too, sing America.
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I’ll be at the table
When company comes.
Nobody’ll dare
Say to me,
“Eat in the kitchen,”
Then.
Besides,
They’ll see how beautiful we are
And be ashamed–
I, too, am America.
Pode o leitor interessado ouvir aqui o poema lido pelo poeta.
Termino com He’s got the whole world in his hands cantado por Marian Anderson (1897-1993).
Acompanham o artigo imagens de pinturas/colagens de Romare Bearden (1911–1988).
O leitor curioso encontra nas páginas da Wikipédia informação relevante sobre Langston Hughes, Romare Bearden e Marian Anderson.
Encontrei um canal com tradução simultânea do inglês para o português, espanhol e francês do poema Negro do Langston Hughes.
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Encontrei um canal com tradução simultânea do inglês para o português, espanhol e francês do poema Negro
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