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Os 4 posters que seguem têm uma história que vou contar de forma telegráfica e púdica.
Recebi de uma leitora do blog correio com o poema POSSE que transcrevo, e o convite para um encontro.
POSSE
Vem cá! Assim, verticalmente!
Achega-te… Docemente…
Vou olhar-te… E, no teu olhar, colher
Promessas do que quero prometer,
Até à síncope do amor na alma!
Colemos as mão, palma a palma!
A minha boca na tua, sem beijo…
Desejo-te, até o desejo
Se queixar que dói…
E sou tua, assim, como nenhuma foi!
Dei comigo a sonhar com a anónima escritora, daí um primeiro poster.
Muni-me de Viagra e parti para o encontro. Ao chegar tenho a imagem que se pode depreender deste 2º poster.
Avançados nos preliminares, vinha preparado para o prometido Desejo-te, até o desejo / Se queixar que dói… mas o Viagra é um problema sério para as mulheres de meia idade ou nem tanto. A certa altura, a fuga foi inevitável, ainda que feliz e satisfeita como este 3º poster elucida.
O blogger depois do encontro que se relata ficou no estado que segue, visto de forma brilhante por Dave Murray
Termino com o escritor, de costas para o mundo, a inventar esta história. Reparem nos coraçõezinhos a subir dos prédios imaginados pelo escritor. Tão q’rido não é?
Nota séria
O poema é de Leonor de Almeida (1915) e foi publicado no livro Caminhos Frios em 1947.
Da poetisa pouco se sabe no passado recente, a não ser que publicou pelo menos quatro livros de poesia: além do já referido Caminhos Frios (1947), Luz do Fim (1950), Rapto (1953), Terceira Asa (1960), onde o erótico ressuma. Terá vivido longamente na Dinamarca, e daí a escolha dos posters.
Os posters com figuras femininas são de Mads Berg (Copenhague). O primeiro poster do artigo é de autor não identificado. O poster do escritor é de Borja Bonaque