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A mão do amor… poema de Ibn Jafäya

17 Sábado Maio 2014

Posted by viciodapoesia in Poesia Antiga, Raros/Curiosos

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Ibn Jafäya, Poesia do Al-Andaluz

Iluminura 12 600

A memória de amores felizes consegue dar-nos poemas onde a magia do vivido transparece.

São pouco frequentes na poesia da tradição ocidental. Não assim entre os poetas do Al-Andaluz junto de quem o gosto de cantar a felicidade do amor carnal ia de par com o poetar sobre as outras transcendências da vida.

 

A mão do amor vestiu-nos,

durante a noite, com uma túnica de abraços

que só a mão da aurora

veio por fim rasgar.

 

Para um fim-de-semana feliz é bastante!

 

Poema de Ibn Jafäya (1058-1138) em tradução de David Mourão-Ferreira in Vozes da Poesia Europeia – I.

Com mais vagar virá noticia circunstanciada sobre o poeta: vida e obra.

 

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Vinho e amor — um poema de Ibn Baqî em duas versões

16 Sexta-feira Maio 2014

Posted by viciodapoesia in Poesia Antiga, Raros/Curiosos

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Ibn Baqî, Poesia do Al-Andaluz

Miniatura persa 01A

Vinho e amor, combinação sublime que a poesia canta nos mais variados registos, surge em quase todas as tradições poéticas que o prazer não temem. Hoje, um poema do cancioneiro herdado do Al-Andaluz, transcrito em duas versões. O poeta, esse foi Ibn Baqî  (?-1150).

De Ibn Baqî apenas sei que nasceu em Toledo. Segundo as fontes consultadas terá sido um poeta errante desde a juventude, partindo cedo para Saragoça, passando a Córdova e mais tarde Sevilha. Terá atravessado o estreito de Gibraltar até Marrocos, de onde, na sua continuada busca e insatisfação (diz-se que era muito orgulhoso de si) regressou à Andaluzia natal, onde morreu em 1150.

 

O poema, todo ele excitação e força, tem nas versões de Jorge Sousa Braga, primeiro, e David Mourão-Ferreira, depois, resultados equivalentes na dissemelhança das opções de tradução.

 

Cena de Amor

 

Enquanto a noite arrastava a sua cauda de sombra

dei-lhe a beber vinho escuro e espesso como o pó de almíscar

E estreitei-a contra mim como um guerreiro estreita a espada

e as suas tranças pendiam dos meus ombros como talins

 

Quando por fim se rendeu ao sono afastei-a de mim

Afastei-a do meu peito

para que não adormecesse sobre uma almofada palpitante

 

Versão de Jorge Sousa Braga

 

*

Quando a noite arrastava a sua cauda de sombra,

dei-lhe a beber um vinho escuro e espesso

como o almíscar em pó

que se sorve pelas narinas.

 

Apertei-a com força, como o valente aperta a espada,

e as suas tranças eram correias de couro

que de meus ombros afinal pendessem…

 

Até que finalmente a afastei de mim

(de mim, a quem estava abraçada…)

quando ao peso do sono se rendeu.

 

Sim, afastei-a do peito que a amava

— para que não dormisse, em sobressalto,

sobre uma tão incómoda almofada

que só por causa dela palpitava.

 

Versão de David Mourão-Ferreira

Notícia bibliográfica

 

Tradução de Jorge Sousa Braga in O Vinho e as Rosas, Antologia de poemas sobre a embriaguês, Assírio & Alvim, Lisboa, 1995.

 

Tradução de David Mourão-Ferreira in Vozes da Poesia Europeia – I, Colóquio Letras nº163, Lisboa Janeiro-Abril de 2003.

 

Traduções feitas a partir de fontes indirectas, e que serão em David Mourão-Ferreira a histórica versão castelhana de Emilio Garcia Gomez, não sendo a fonte indicada para a tradução de Jorge Sousa Braga,

 

Mahmud Sobh, El diván de la poesía árabe oriental y andalusí, Visor Libros, Madrid, 2012.

 

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