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Desço das espiritualidades da Semana Santa para a precariedade dos afectos e a materialidade desfeita do amor, registada no poema Bolor de Carlos de Oliveira (1921-1981) com a mestria que apenas a grande poesia consegue.
Bolor
Os versos
que te digam
a pobreza que somos,
o bolor
nas paredes
deste quarto deserto,
o orvalho da amargura
na flor
de cada sonho
e o leito desmanchado
o peito aberto
a que chamaste
Amor
Poema transcrito de Obras de Carlos de Oliveira, Editorial Caminho, Lisboa, 1992.
Excelente.
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