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No gesto de amamentar consubstancia-se, provavelmente, o que de mais íntimo conhece a ligação mãe-filho. Estranho que sou a esta ligação física, é apenas com uma visão exterior que dela falo. O indizível desta relação salta-me ao olhar vendo algumas pinturas de Mary Cassatt (1844-1926), onde o aleitamento se retrata.
Há nestas mães um misto de perplexidade e prazer ao olhar aquele “para lá de si” que de alguma forma ilumina o mistério da ligação mãe-filho, e da abnegação que tantos e tantos relatos nos dão conta.
A liturgia católica conserva e transmite esta perene ligação da mãe ao filho através do Stabat Mater, relato-poema da dor de perder um filho, ainda que Deus feito homem, e que aqui deixei na passada Sexta-Feira da Paixão.
Artigo com o texto do poema Stabat Mater
Para Maria, como para qualquer mãe, o seu filho é, até ao fim, o seu menino.
Termino com esta representação imaginada na renascença italiana, de Maria a amamentar, da autoria de Bernardino LUINI (1480-1522), seguidor de Leonardo da Vinci.