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Ainda a propósito do Dia dos Namorados, e agora que percorro o Algarve, onde os ecos da ocupação islâmica, dos seus poetas e das moiras encanadas, vitimas ou carrascos de amores funestos, permanece, ocorre-me um poema de Álvaro de Campos(?), inventado poeta por Fernando Pessoa, nascido em Tavira, sonhando estes ou outros amores:
No lógar dos palacios desertos e em ruínas
Á beira do mar,
Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas
De quem sabe amar.
Qualquer que elle seja, o destino d’aquelles
Que o amor levou
Para a sombra, ou na luz se fez a sombra d’elles,
Qualquer fôsse o vôo.
Por certo elles fôram mais reaes e felizes
Noticia bibliográfica
O poema, sem atribuição de autoria no espólio, foi atribuído a Álvaro de Campos pela edição da Ática, e retirado do corpus do heterónimo por Teresa Rita Lopes.
Na transcrição segui a ortografia da edição crítica a cargo de Cleonice Berardinelli, publicada por INCM, Lisboa 1990. Esta edição da obra de Álvaro de Campos coloca o poema em Apêndice entre os “poemas éditos, anteriormente atribuídos a Álvaro de Campos”.