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A ANA FLOR – Um poema Dadaísta de Kurt Schwitters

08 Terça-feira Mar 2011

Posted by viciodapoesia in A mulher imaginada, Poetas e Poemas

≈ 9 comentários

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Dada, Kurt Schwitters, Ursonate

A ANA FLOR

Ó tu, bem-amada dos meus vinte e sete sentidos, amo-te!

Tu teu tu a ti eu a ti tu a mim-Nós?

Isso (diga-se de passagem) não é daqui.

Quem és tu, inumerável fémea? Tu és – és tu? –

Há quem diga que deves ser – deixa-os dizer, os que não sabem

como o campanário está de pé.

Trazes um chapéu nos teus pés e andas com as

mãos, com as mãos é que tu andas.

Olá roupas vermelhas e tuas, justas em pregas brancas. Vermelha

te amo, Ana Flor, vermelha a ti amo – tu teu tu a ti eu a ti tu a mim –

Nós?

Isto (diga-se de passagem) pertence ao fogo frio.

Vermelha flor, vermelha Ana Flor, que diz a gente?

Tema de concurso:          1. Ana Flor tem um passarinho.

2. Ana Flor é vermelha.

3. De que cor é o passarinho?

Azul é a cor do teu cabelo louro.

Vermelho é o arrulho do teu pássaro verde.

Tu, simples rapariga com o vestido de todos os dias, tu querida verde

criatura, amo-te – tu teu tu a ti eu a ti tu a mim –

Nós?

Kurt Schwitters (1887 – 1948), artista plástico longo tempo esquecido, membro da vanguarda alemã de entre-guerras, embora não se encontrando incluido entre os fundadores do  movimento Dada em Berlim, participou no período de entre-guerras neste movimento ao lado dos protagonistas franceses Tristan Tzara e Hans Arp.

Autor de um dos exemplos pioneiros da poesia sonora, a sua Ursonate (1922-32) que executou e ampliou ao longo dos anos, pode ouvir-se neste site: AQUI

ou ouvida na leitura ao vivo de Jaap Blonk AQUI

Pioneiro na realização de Performance plásticas, foi o inventor das colagens em relevo e paralelamente à criação artística de colagens, produziu espaços interiores com características escultóricas de que o mais famoso terá sido o Merzbau, o qual consistiu na transformação de algumas divisões da casa da família em Hamburgo.

Em 1919 conheceu a fama enquanto artista plástico, e nesse mesmo ano publicou An Anna Blume – ou A Ana Flor como Jorge de Sena traduziu, a qual tradução escolhi para assinalar no blog o Dia da Mulher e assim dar alguma espécie de resposta aos visitantes, pois as pesquisas têm chovido nestes dias, em busca de poemas alusivos à mulher.

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