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Glosa de Sophia a um poema de Pessoa

29 Sexta-feira Nov 2013

Posted by viciodapoesia in Poetas e Poemas

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Sophia de Mello Breyner Andressen

Torso de Dorífero de Policleto de Argos

Nos primeiros meses de vida do blog, há cerca de três anos, publiquei no artigo De vez em quando, PESSOA. Hoje, DÁ A SURPRESA DE SER, um poema menos conhecido do poeta. Venho agora com uma Glosa de Sophia de Mello Breyner Andressen (1919-2004) a esse mesmo poema, escrita em 1968(?).

Sophia segue quase estrofe a estrofe o poema de Pessoa mas desta vez o objecto da admiração é um homem e não uma mulher como em Pessoa.

O erotismo que ressoa em ambos os poemas, ainda que em Sophia de forma ténue, é pouco frequente na obra destes poetas, mas na poesia de Sophia, no seu apreço pelo belo consubstanciado na arte grega antiga, ele implicitamente surge.

 

 

GLOSA

Dá a surpresa de ser

É alto de um loiro escuro

Faz bem só pensar em ver

Seu gesto firme e seguro

 

Tem qualquer coisa de mastro

Tem qualquer coisa de sol

Saber que existe sossega

Como no mar o farol

 

Há qualquer coisa de rude

Em sua beleza extrema

Como saber a crueza

Que há no dentro do poema

 

Tem qualquer coisa de limpo

Apetece como o sal

Espanta que seja real

Sua perfeição de Olimpo

 

Há qualquer coisa de toiro

Na largura dos seus ombros

Navegam brilhos e assombros

No obscuro do seu loiro

1968(?)

 

O poema Glosa foi publicado pela primeira vez em Ilhas (1989) e transcrito de Obra Poética, Editorial Caminho, Lisboa, 2001.

 

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Pintura (2) – Mestre de Heiligenkreuz

10 Segunda-feira Dez 2012

Posted by viciodapoesia in Convite à arte, Poetas e Poemas

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Mestre de Heiligenkreuz, Sophia de Mello Breyner Andressen

Do Mestre de Heiligenkreuz, autor da pintura sobre a Anunciação com que abre o artigo anterior, eis uma extraordinária pintura de grupo ilustrando a morte de Santa Clara.

Pintor austríaco de quem pouco se sabe, terá estado activo no século XV.

MASTER of Heiligenkreuz - A morte de Santa Clara 1410Santa Clara de Assis, seguidora de S.Francisco de Assis, foi a fundadora da ordem das Clarissas. No momento da morte terá chamado ao leito as suas irmãs e seguidoras para as exortar a continuarem o caminho de pobreza proclamado pela ordem.

Para o apreciador de pintura, hoje, a história representada passa para segundo plano e impõe-se a reduzida paleta cromática transmitindo austeridade ao assunto. O desenho das silhuetas, na sua sofisticada elegância traduz uma modernidade estética que surpreende. Há um dinamismo na pintura proveniente do leve inclinar do corpo das protagonistas e da géstica de braços e mãos, que quase faz ouvir a conversa.

Banhada de uma serena beleza trazida pelas esbeltas mulheres que nela figuram, a pintura convida a um demorado olhar na pesquisa do segredo da sua tranquila paz.

Para Santa Clara de Assis escreveu Sophia de Mello Breyner Andressen (1919-2004) um poema / homenagem publicado do livro No Tempo Dividido, 1ª edição 1954, e que agora transcrevo.

SANTA CLARA DE ASSIS

Eis aquela que parou em frente
Das altas noites puras e suspensas.

Eis aquela que soube na paisagem
Adivinhar a unidade prometida:
Coração atento ao rosto das imagens,
Face erguida,
Vontade transparente
Inteira onde os outros se dividem.

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