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Tag Archives: La Rochefoucauld

Volto com uma máxima de La Rochefoucauld e naturezas-mortas do barroco

14 Quarta-feira Ago 2013

Posted by viciodapoesia in Convite à arte, Crónicas

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La Rochefoucauld

Beert_Osias-Oysters_and_PastriesConservar a saúde através de uma dieta rigorosa é uma doença muito maçadora.

La Rochefoucauld

Adriaenssen_Alexander-Still-Life_with_FishNos prazeres de existir conta-se o prazer da mesa, mas vivemos um tempo em que as preocupações alimentares estão omnipresentes, empurrando as pessoas para sentimentos de culpa decorrentes do que comem, absolutamente desadequadas.

Foi pelo século XVII que a pintura, com o triunfo da Reforma nos países do norte da Europa, abandonou o monopólio dos assuntos religiosos ou mitológicos e passou a dar conta da vida quotidiana. Nesse novo universo pictórico encontramos um mundo perdido, mas o que se comia continua a ser-nos familiar.

Nesta pintura de género chamada, encontramos mercados, cozinhas inundadas de caça, frutas e legumes, encontramos mesas repletas, e também uma que outra alegoria onde uma caveira espreita, lembrando como os prazeres matam os espíritos religiosos. Esta é a minha interpretação ainda que entre os estudiosos seja aceite que numa mesa de iguarias uma caveira continua a representar a vaidade como em outros tipos de representação.

Confesso que até ter lido o ensaio hoje clássico de Norbert Schneider, Still Life, esta pintura de géneros alimentares me dizia muito pouco. Apenas o seu realismo por momentos me chamava a atenção. Colocada em contexto, percebemos como ela acompanha alterações culturais profundas, na raiz do mundo moderno. E para o curioso da história do quotidiano é um infinito manancial de informação e prazer. Entre vasilhas, utensílios, decoração de ambientes e por aí fora há um sem-fim de informação a recolher.

Feito o circunlóquio, passemos à curta escolha, para não cansar.

Beyeren_Abraham_van-Large_Still-life_with_Lobster

Royen_Willem_Frederik_van-Peaches_and_Grapes

Sanchez_Cotan_Juan-Still-Life_with_Game_Fowl

Melendez_Luis_Eugenio-Still-Life 1770

MELÉNDEZ, Luis - natureza morta com figos 1760

Dijck_Floris_Claesz_van-Laid_Table

Ledesma_Blas_de-Still_Life_with_Asparagus_Artichokes_Lemons_and_CherriesTermino com esta cenoura-fenómeno pintada em 1699 por Willem Frederik van Royen.

Royen_Willem_Frederik_van-The_Carrot 1699

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Conversa a pretexto de La Rochefoucauld

09 Sexta-feira Ago 2013

Posted by viciodapoesia in Convite à fotografia, Crónicas

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La Rochefoucauld

Alfred Eisenstaedt - world fair 1939 New YorkSirvo-me de uma máxima de François de La Rochefoucauld (1613-1680), agradável ao engenheiro civil que em mim habita, para mostrar algumas fotos de arquitectura notáveis pelo motivo e pela qualidade técnica de enquadramento e iluminação de que dão mostra.

Deixou-nos o duque francês entre as suas máximas, a afirmação de que Podemos comparar o carácter dos homens com a maior parte dos edifícios: têm diversos ângulos, alguns agradáveis outros nem por isso., o que é uma observação interessante e um alerta para os juízos que na nossa vida de relação fazemos sobre os outros.

Edward WestonHoje a profissão levou-me a encontrar um senhor de 90 anos que mantinha um espirito vivíssimo apesar das maleitas físicas. A certa altura a conversa desandou e pergunta-me:

– E o senhor já experimentou o 69?

A relação era profissional e respondi-lhe apenas:

– Esse é um prazer dos deuses a que poucos mortais se atrevem.

A conversa ainda decorreu mais um pouco em ambiente desanuviado, mas o que segue é que a vontade do sexo, quando desponta é para a vida. O desejo apenas se adapta às possibilidades do corpo. E quando estamos perante alguém de provecta idade e cabeça sã, não vale a pena supor que regrediu até à mais tenra infância, pois a vida vivida está lá, ainda que, como diz o nosso filósofo de hoje:

Chegamos inexperientes a cada nova idade da vida. Por consequência, a experiência trai-nos, apesar do número de anos vividos.

Ou seja, o desafio é sempre aprender, o que me aconteceu nesta visita profissional.

Terminemos então esta conversa com a Máxima 69 de La Rochefoucauld tão a propósito para aquilo que nos ocupa:

É difícil explicar o amor. Na alma, ele exprime-se pela paixão de domínio, no espírito, é a compreensão e no corpo, não passa de um desejo escondido e delicado de se possuir o que se ama, depois de se proceder a um jogo misterioso.

Nota bibliográfica

As Máximas de La Rochefoucauld foram transcritas de Máximas e Reflexões Morais, tradução de Raúl Mesquita, Edições Sílabo, Lisboa, 2008.

Passemos finalmente ao que falta de fotos. Os nomes dos fotógrafos podem ser encontrados passado o cursor sobre a imagem.

Marcel Breuer - Church of St Francis de Sales

Paul Strand

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