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Beert_Osias-Oysters_and_PastriesConservar a saúde através de uma dieta rigorosa é uma doença muito maçadora.

La Rochefoucauld

Adriaenssen_Alexander-Still-Life_with_FishNos prazeres de existir conta-se o prazer da mesa, mas vivemos um tempo em que as preocupações alimentares estão omnipresentes, empurrando as pessoas para sentimentos de culpa decorrentes do que comem, absolutamente desadequadas.

Foi pelo século XVII que a pintura, com o triunfo da Reforma nos países do norte da Europa, abandonou o monopólio dos assuntos religiosos ou mitológicos e passou a dar conta da vida quotidiana. Nesse novo universo pictórico encontramos um mundo perdido, mas o que se comia continua a ser-nos familiar.

Nesta pintura de género chamada, encontramos mercados, cozinhas inundadas de caça, frutas e legumes, encontramos mesas repletas, e também uma que outra alegoria onde uma caveira espreita, lembrando como os prazeres matam os espíritos religiosos. Esta é a minha interpretação ainda que entre os estudiosos seja aceite que numa mesa de iguarias uma caveira continua a representar a vaidade como em outros tipos de representação.

Confesso que até ter lido o ensaio hoje clássico de Norbert Schneider, Still Life, esta pintura de géneros alimentares me dizia muito pouco. Apenas o seu realismo por momentos me chamava a atenção. Colocada em contexto, percebemos como ela acompanha alterações culturais profundas, na raiz do mundo moderno. E para o curioso da história do quotidiano é um infinito manancial de informação e prazer. Entre vasilhas, utensílios, decoração de ambientes e por aí fora há um sem-fim de informação a recolher.

Feito o circunlóquio, passemos à curta escolha, para não cansar.

Beyeren_Abraham_van-Large_Still-life_with_Lobster

Royen_Willem_Frederik_van-Peaches_and_Grapes

Sanchez_Cotan_Juan-Still-Life_with_Game_Fowl

Melendez_Luis_Eugenio-Still-Life 1770

MELÉNDEZ, Luis - natureza morta com figos 1760

Dijck_Floris_Claesz_van-Laid_Table

Ledesma_Blas_de-Still_Life_with_Asparagus_Artichokes_Lemons_and_CherriesTermino com esta cenoura-fenómeno pintada em 1699 por Willem Frederik van Royen.

Royen_Willem_Frederik_van-The_Carrot 1699