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Kantheros
Os vasos de cerâmica gregos são, na sua requintada elegância de formas e decoração, peças de enorme beleza. Depois, enquanto testemunhos materiais de uma civilização extinta, permitem na sua iconografia perceber em primeira mão um quotidiano que as fontes escritas muitas vezes apenas deixam supor.
Isto mesmo nos diz a nossa grande helenista Maria Helena da Rocha Pereira no imprescindível livro Estudos de História da Cultura Clássica, volume I, Cultura Grega, ed FCG:
O estudo dos vasos substitui para nós a pintura perdida e ensina-nos qual foi a sua evolução, mostrando-nos inclusivamente a passagem do desenho bidimensional a tridimensional; deleita-nos como verdadeira arte que é; e documenta-nos sobre os mais variados aspectos da vida e da cultura grega.
Seja-se ou não admirador da cultura da Grécia antiga nos variados vestígios que se conhecem, da estatuária à poesia, nenhum olhar fica insensível à estonteante beleza daquelas formas a que a pintura de figuras vermelhas sobre fundo preto ou vice-versa, acrescenta o impacto da sua originalidade.
Está fora do propósito do blog a transcrição de informação que noutros locais pode ser obtida, qual seja a descrição sobre o significado e identificação dos personagem figurantes das pinturas destes vasos e das cenas que neles se representam. São tanto peripécias da vida dos deuses como da interacção dos mortais com eles, ou ainda episódios memoráveis de história e quotidiano cujo eco por vezes se encontra nos testemunhos escritos.
Poucas vezes terei olhado tão maravilhado uma sala de museu quanto a sala dos vasos gregos do museu de arte antiga em Berlim. Escolho a imagem de alguns que dão conta do que referi. Cada forma possui um nome e das que pude identificar acrescento-o com a imagem.
Ânforas
Calix krater
Kyathos
Krater de sino
Krater de volutas
Pelike
Lekythos
Além dos estudos de peças pontuais neste ou naquele museu, e das referências em historias de conjunto da arte da Grécia Antiga, a monografia Greek Vases, obra colectiva sobre a colecção do museu berlinense, edição Scala Publishers, 2012, faz um informado e fascinante estudo de cerca de meia centena dos vasos desta colecção. O clássico estude de Martin Robertson, de que conheço a tradução francesa, La Peinture Grecque, edição SKIRA, 1992, é a não perder.
Texto com rimas ricas a arte pela arte grande escola Parnasianismo.
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Vaso Grego – Alberto de Oliveira
“Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois… Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse. “
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