No meu fascínio pelas possibilidades estéticas de representação do rosto humano avultam as máscaras da arte da tradição africana na sua aparentemente infinita criatividade.
Na apreciação destas esculturas não me interessam quaisquer considerações sobre a função e o quadro etnológico da peça. Apenas o seu resultado plástico me atrai.
Deste vasto mundo escolho hoje para o blog algumas máscaras de diferentes etnias de Camarões pertencentes à colecção do museu etnológico de Berlim.
São esculturas de enorme impacto visual que na representação do rosto impõem um jogo de volumes entre as diferentes componentes: olhos e bochechas, sobretudo, usando predominantemente formas arredondadas. O equilíbrio escultórico em cada peça é conseguido com a ornamentação da cabeça, variando como um todo a linha que acompanha o contorno do rosto.
O resultado é um conjunto estilisticamente identificável onde apenas a simetria do rosto é uma constante. A distorção facial praticada transmite a quase todas as máscaras escolhidas amicabilidade ao olhar, se não mesmo bonomia, resultando daí um enorme prazer na sua contemplação.