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Mãe — poema de Vladimir Holan

17 Terça-feira Mar 2020

Posted by viciodapoesia in Poesia Checa

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Mary Cassatt, Vladimir Holan

Não são de medo mas de precaução os tempos que hoje vivemos. E no confinamento a que a realidade nos obriga, lembrar os pequenos gestos, a ternura daqueles que nos amam e nos são queridos, são conforto sem limites. Vladimir Holan (1905-1980) no poema Mãe lembra um desses gestos primordiais onde o amor de mãe se consubstancia e impregna o ambiente que nos rodeia, ainda que pela sua banalidade, raramente dele nos apercebamos.

Existe algures uma tradução deste poema por Eugénio de Andrade. Afastado da biblioteca, na impossibilidade de o encontrar, socorro-me de uma minha tradução a partir de uma versão inglesa, para o trazer ao blog.

 

Mãe

Alguma vez observaste a tua velha mãe 

ao fazer a cama para ti,

como ela puxa, estica, cobre e aconchega o lençol

para que não sintas uma única ruga?

O seu respirar, o movimento das mãos 

são tão lindos

que no passado apagaram aquele fogo em Persepolis

e agora acalmam alguma futura tempestade 

ao largo da costa da China ou em mares desconhecidos.

Tradução de Carlos Mendonça Lopes a partir de uma versão em inglês do poema.

 

Abre o artigo a imagem de uma pintura de Mary Cassat (1844-1926), Jovem mãe a costurar de 1870. A pintura pertence à colecção do Metropolitan Museum de New York.

 

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Um poema de Vladimir Holan

23 Quarta-feira Ago 2017

Posted by viciodapoesia in Poetas e Poemas

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Pierre Soulages, Vladimir Holan

Quando a “dor não é de tamanho natural, / é sempre maior que o homem / e no entanto, deve alojar-se no seu coração“, estamos perante tempos muito duros.
Frequentemente, o optimismo que impregna a natureza humana, mesmo com a mais negra realidade, faz emergir a esperança. Não é assim no poema de Vladimir Holan (1905-1980), Mas, que à frente mostro, escrito nos anos negros do pós-WWII na Checoslováquia. Tempo absolutamente sem esperança o que o poeta viveu, afinal, como tudo, também teve o seu fim, embora o poeta não tenha chegado a conhecer a liberdade pós-1989. Liberdade que possuímos hoje na Europa Ocidental, ainda que seja frequentemente ameaçada pelo terror. Mas feito o luto, a vontade de a viver tem sido sempre mais forte. É preciso que assim continue, e que a alegria de viver não seja nunca “uma ténue memória que ecoa em nós.“.

 

 

 

Mas

O deus do canto e do riso há muito
fechou as portas da eternidade atrás de si.
Desde então apenas de vez enquando
uma ténue memória ecoa em nós.
E desde então só a dor
não é de tamanho natural,
é sempre maior que o homem
e no entanto, deve alojar-se no seu coração.

 

Versão de Carlos Mendonça Lopes a partir da tradução inglesa.

 

 

Abre o artigo a imagem de uma pintura de Pierre Soulages (1919), The red list, de 1970.

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