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Onde está o tempo / em que uma luz, um lar por nós ardia? /
Dá-me a tua mão. / Talvez seja longo este caminho ainda.
Os tempos não vão de feição para optimismos por este Portugal onde o inverno parece instalado para além do calendário, espalhando um frio de alma que demora a expulsar. Maus tempos estes que ecoam num antigo poema de Hermann Hesse (1877-1962) escrito a pretexto de outra circunstâncias, e que hoje evoco.
Maus tempos
Agora nos calamos
E já não mais cantamos.
Nosso passo é pesado.
É a noite, o seu tempo é chegado.
Dá-me a tua mão,
Talvez que seja longo este caminho ainda.
E a neve cai, a neve!
O inverno em terra estranha nunca finda.
Onde está o tempo
em que uma luz, um lar por nós ardia?
Dá-me a tua mão.
Talvez seja longo este caminho ainda.
Tradução de Jorge de Sena, in Poesia do Século XX, Fora do Texto Editora, Coimbra, 1994.
Onde a poesia é um vício maravilhoso. Abs. Tõ reblogando, ok?
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