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Claude Monet (1840-1926), na incessante busca de guardar o efémero do visível na eternidade da tela, dando conta das cambiantes com que a luz matiza a paisagem, pintou ao longo da vida jardins, e neles cristalizou uma evanescente realidade que nos toca no imponderável do seu insinuado colorido.
Nas primeiras telas, e escolhi a mais antiga de 1866, há ainda alguma precisão no desenho, o qual se vai esbatendo com os anos na abstracção da pincelada, mas encontramos também o que viria a ser a marca do mestre, aquela mágica atmosfera em que a alma mergulha ao contemplar a realidade do quadro, e que nestas pinturas quase faz sentir o perfume das flores.
Nas imagens que escolhi, as mulheres, quando presentes, transmitem a fragilidade das flores, e com elas seguimos ao encontro do inefável.