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São conhecidas as pinturas de George Grosz (1893-1959) ferozmente criticas de sociedade alemã ao tempo da República de Weimer.
Tomando como pretexto a presença de cães de estimação, eis algumas dessas pinturas. É uma classe média nos seus ócios que nos surge, quase sempre caricata no ufano ostensivo da sua condição.
Termino com o soneto de Franz Werfel (1890-1945), O homem belo e radiante.
Poeta do expressionismo alemão, casado com Alma Mahler, e tal como George Grosz exilado nos EUA depois da chegada de Hitler ao poder.
O homem belo e radiante
Os amigos com quem vou conversando,
Outrora tristes, irradiam prazer,
Nos meus belos passeios, dá gosto ver
Como me dão o braço, ar venerando.
Ah, dignidade não é para o meu semblante,
Não lhe basta ser sério e equilibrado,
Pois mil sorrisos, em voo renovado,
Surgem da sua imagem cintilante.
Eu sou um corso em praças soalheiras,
Festa de verão com mulheres e bazar,
Meu olhar baixa, ante o brilho profundo.
Quero sentar-me em relvados e eiras
E com a terra na noite penetrar,
Oh, Terra, noite, sorte, Oh, estar no mundo!
Tradução de João Barrento