• Autor
  • O Blog

vicio da poesia

Tag Archives: Páladas

Com Páladas, A vida é isto, apenas isto: a vida é prazer

06 Quarta-feira Fev 2013

Posted by viciodapoesia in Convite à arte, Poesia Antiga

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Matisse, Páladas

Matisse_Henri-Luxe_calme_et_voluptePerco-me muitas vezes nos livros de antiga poesia grega. Não conheço o grego e por isso leio em traduções disponíveis, o que são sempre aproximações limitadas pelos preconceitos dos tradutores e do seu tempo, sobretudo nas matérias em que o sexo espreita. Tomada em conta esta realidade, sobra a felicidade com que o tradutor conseguiu criar na língua de chegada qualquer coisa parecida com poesia, e às vezes acontece.

Acontece frequentemente com o poeta Alberto Martins no seu labor de tradução de poesia grega antiga, um verso ficar preso à memória e a uma segunda e terceira leitura permanecer o encanto.

Para hoje escolho, dentre as suas traduções, alguns poemas de Páladas, gramático da Caldeia, estabelecido em Alexandria no século IV e cuja poesia foi recolhida na Antologia organizada por Agátias, o Escolástico, no século VI, vivendo na corte de Justiniano.

O primeiro poema remete-nos com enorme acutilância para a vida dos gregos, hoje:

A vida é um sonho

Acaso morremos e só na aparência estamos vivos,
nós, os gregos, caídos em desgraça,
imaginando que a vida é um sonho?
Ou estamos vivos e foi a vida que morreu?

A realidade vivida na Grécia hoje, de que vamos tendo noticia, cola-se como uma luva a esta reflexão.

Concluo com dois poemas onde se retoma a perspectiva da fugacidade da vida já reflectida por Horácio na Ode a Leucónoe, que antes deixei, e apologiando Carpe Diem, agora na formula:

Sejamos felizes hoje, que o amanhã de ninguém é conhecido.

A vida

A vida é isto, apenas isto: a vida é prazer. Longe de nós os cuidados.
A existência humana é curta. Venham depressa o vinho,
depressa as danças e as coroas de flores, depressa as mulheres.
Sejamos felizes hoje, que o amanhã de ninguém é conhecido.

Terminemos com o convite do poeta: chorai a rapidez do tempo!

O fim

Ó breves prazeres da vida,
chorai a rapidez do tempo!
Estamos sentados e dormimos,
Trabalhando ou gozando o prazer.
Mas o tempo corre, corre para nós,
míseros mortais, pondo fim
à vida de cada um.

Partilhar:

  • Tweet
  • Carregue aqui para enviar por email a um amigo (Abre numa nova janela) E-mail
  • Partilhar no Tumblr
  • Clique para partilhar no WhatsApp (Abre numa nova janela) WhatsApp
  • Pocket
  • Clique para partilhar no Telegram (Abre numa nova janela) Telegram
Gosto Carregando...

Visitas ao Blog

  • 2.348.892 hits

Introduza o seu endereço de email para seguir este blog. Receberá notificação de novos artigos por email.

Junte-se a 894 outros subscritores

Página inicial

  • Ir para a Página Inicial

Posts + populares

  • Fernando Pessoa - Carta da Corcunda para o Serralheiro lida por Maria do Céu Guerra
  • As três Graças - escultura de Canova e um poema de Rufino
  • Pelo Natal com poemas de Miguel Torga

Artigos Recentes

  • Sonetos atribuíveis ao Infante D. Luís
  • Oh doce noite! Oh cama venturosa!— Anónimo espanhol do siglo de oro
  • Um poema de Salvador Espriu

Arquivos

Categorias

Create a free website or blog at WordPress.com.

Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy
  • Subscrever Subscrito
    • vicio da poesia
    • Junte-se a 894 outros subscritores
    • Already have a WordPress.com account? Log in now.
    • vicio da poesia
    • Subscrever Subscrito
    • Registar
    • Iniciar sessão
    • Denunciar este conteúdo
    • Ver Site no Leitor
    • Manage subscriptions
    • Minimizar esta barra
 

A carregar comentários...
 

    %d