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Os filhos leva-os a vida. Os amores?… também. E na velhice, a serenidade surge como um regresso à harmonia feliz da infância. Não será para todos, mas a alguns, o que conta Joseph Freiherr Eichendorff (1788-1837) no poema Im Alter [Na Velhice] acontece.
Na Velhice
Como tudo, outra vez, devém sereno!
Tal qual em minha infância era vulgar,
Mansos regatos vão nos vales correndo
Dentro da solidão crepuscular;
Mal se ouve, ao longe, o canto de um pastor,
Tinem sinos, ecoando nas quebradas
De todas as aldeias em redor,
Prazer e mágoa, ei-los afundados
Nos vales ainda luzem vagamente;
Só, para além da mata em soledade,
Nos píncaros do monte, brilha o poente
Tal como o próprio alvor da Eternidade.
Tradução de A. Herculano de Carvalho
Transcrito de oiro de vário tempo e lugar, Asa Editores, 2003.
Nas voltas da memória lembrei-me quanto em miúdo gostava de olhar longamente uma enorme estampa emoldurada pendurado numa parede com uma das paisagens idílicas de Claude Lorrain ou Claude Gellée (1600-1682), onde a serenidade de par com a beleza se espraiam. Com uma sua imagem abre o artigo.
Muito obrigada !
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