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Claude Lorrain (Claude Gellée) - Paisagem com Apolo e  as Musas 1652 600pxOs filhos leva-os a vida. Os amores?… também. E na velhice, a serenidade surge como um regresso à harmonia feliz da infância. Não será para todos, mas a alguns, o que conta Joseph Freiherr Eichendorff (1788-1837) no poema Im Alter [Na Velhice] acontece.

 

 

Na Velhice

 

Como tudo, outra vez, devém sereno!

Tal qual em minha infância era vulgar,

Mansos regatos vão nos vales correndo

Dentro da solidão crepuscular;

Mal se ouve, ao longe, o canto de um pastor,

Tinem sinos, ecoando nas quebradas

De todas as aldeias em redor,

Prazer e mágoa, ei-los afundados

Nos vales ainda luzem vagamente;

Só, para além da mata em soledade,

Nos píncaros do monte, brilha o poente

Tal como o próprio alvor da Eternidade.

 

Tradução de A. Herculano de Carvalho

Transcrito de oiro de vário tempo e lugar, Asa Editores, 2003.

Nas voltas da memória lembrei-me quanto em miúdo gostava de olhar longamente uma enorme estampa emoldurada pendurado numa parede com uma das paisagens idílicas de Claude Lorrain ou Claude Gellée (1600-1682), onde a serenidade de par com a beleza se espraiam. Com uma sua imagem abre o artigo.