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Barthel Bruyn (1493 – 1555), pintor alemão de Colónia, influenciado pela escola flamenga de retrato do final do século XV, deixou-nos entre outras, estas deslumbrantes pinturas.

Pintados na convenção do retrato de meio corpo a três quartos, ao olhá-los hesitamos sobre para onde encaminhar a surpresa: se para o rosto das retratadas (e escolhi mulheres nas três idades da vida) mostrando a feliz bonomia da sua condição, se para a eloquência dos gestos das mãos: a flor na mão da jovem expectante sobre a vida por vir,

o livro de orações e a mão pousada na caveira dando conta de efemeridade dos bens terrenos, ou as mãos recheadas de anéis pousadas sobre a filha evidenciando a mulher satisfeita por ter cumprido a função de maternidade que a vida esperava dela. Este retrato da filha imitada da mãe, numa deliciosa redução de escala, ganha hoje uma modernidade, no desrespeito das convenções da pintura de retrato, que os outros não revelam.

Temos também por onde esprairar a vista ao olhar estes retratos prestando atenção à complexidade do guarda roupa usado, pois respeitando uma mesma convenção, os trajes encontram-se repletos de significantes nos seus detalhes e adereços, dando conta do estatuto social e económico das retratadas.