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Goethe em Itália — um poema

12 Segunda-feira Ago 2013

Posted by viciodapoesia in Erótica, Poesia Antiga

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Goethe, Tischbein

Tischbein_Johann_Heinrich_Wilhelm-Goethe_in_the_Roman_CampagnaNa excitação de nova viagem Itália releio Goethe (1749-1832). Se a Viagem a Itália é um prazer, a poesia que ela inspirou é um apetite. É dessas suas Elegias Romanas, que passam por poesia erótica, que vos trago a VI, traduzida por Manuel Malzbender, pois Paulo Quintela, nas suas apreciadas traduções de Goethe passou-lhe por cima: traduziu a V e VII. Da sua leitura talvez se perceba porquê. Aí fica.

Feliz me sinto agora, inspirado em solo clássico.
Com voz mais alta e sedutora me falam passado e presente.
Sigo o conselho dos Antigos, folheio as suas obras
Com mão solitária, todos os dia, com renovado prazer.
Mas durante a noite prefiro ter as mãos em outros lados,
E se eu só aprender metade, terei o dobro do prazer.
E não aprendo eu quando contemplo as deliciosas formas
Do peito, quando a mão desliza pelas ancas?
Só então entendo verdadeiramente o mármore, penso e comparo,
Vejo com olhos sensitivos, sinto com mãos videntes,
E quando a amada me rouba algumas horas do dia,
Dá-me as horas da noite em compensação.
Não nos beijamos apenas, também temos conversas sérias,
E quando dorme a minha querida, ao seu lado penso em muitas coisas,
Muitas vezes também compus versos nos seus braços
E as suas costas, dedilhando contei eu
Suavemente o hexâmetro, e quando a bela dormita
O seu sopro incendeia profundamente o meu peito.
Então o amor acende a lâmpada e recorda os tempos
Em que prestou o mesmo favor ao seu Triunvirato(1)

Gosto sobretudo de quando o amor acende a lâmpada!

(1) Diz o tradutor que se trata dos três poetas romanos com vasta obra erótica: Catulo, Tíbulo e Propércio.

A eles iremos um destes dias, mas talvez apenas em espanhol se não conseguir tradução portuguesa que me satisfaça.

Na pintura de abertura Tischbein (Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1751-1828) ) mostra supostamente Goethe em Itália e, na pose especiosa, criou a imagem que ao poeta ficou irremediavelmente associada.

O poema foi publicado em Goethe, Erótica Romana, Cavalo de Ferro Editores, Lisboa 2005.

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