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No inicio da revolução russa, nos anos 20 do século passado, antes da subida ao poder de Estaline, o cartaz como meio de propaganda ganhou uma espantosa eficácia comunicativa através do uso de uma linguagem plástica inovadora saída directamente do construtivismo enquanto movimento estético. Quase todos os artistas plásticos em actividade o praticaram, mas foram os irmãos Stenberg quem produziu em maior número verdadeiras obras plásticas que sobrevivem para além da mensagem publicitaria ou de propaganda.
Entre as largas dezenas de cartazes conhecidos faço uma pequena escolha que arquivo no blog.
Os mais famosos serão talvez os cartazes feitos para os filmes A General de Buster Keaton (Pamplinas) com que abri o post, e o cartaz para anunciar o filme de Dziga Vertov, O Homem da Máquina de Filmar com que fecho a escolha. Pelo meio outros cartazes de semelhante apelo plástico. Nestes outros, é sobretudo o movimento que as composições transmitem, associado ao cromatismo contrastado onde o preto adensa o mistério, não da mensagem, mas do conteúdo que se anuncia, provocando a curiosidade, o que garante a vida autónoma do cartaz, convidando a olhar para além da informação.
A combinação da sobreposição de planos à maneira do cubismo, recusando a perspectiva clássica, com a abstracção geométrica na definição dos espaços, e a inserção de elementos realistas nas figuras humanas, fazendo lembrar técnicas vindas da colagem e do movimento DaDa, são a matriz do resultado plástico onde o grafismo das palavras joga um papel plástico decisivo.