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Retratos extraordinários — Carta de Amor por François Clouet

05 Terça-feira Ago 2014

Posted by viciodapoesia in Convite à arte

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François Clouet

François Clouet The love letter 1570 - colecção do museu Thyssen de MadridÉ no jogo de olhares que esta pintura de François Clouet (1516-1572) atinge a dimensão ímpar de retrato de grupo.

Só o rosto dos personagens aqui interessa. Sem cenário distractivo, a pintura remete para o essencial do retrato: captar sentimentos e estados de espírito que dão a ver, ou a supor, o que pela alma do(s) retratados passa.

Vestidos (ou despidos) com o que socialmente os define, estes retratados a menos de meio corpo contam-nos uma história no enigma dos seus olhares e sorrisos.

 

Podemos especular sobre a natureza da relação que envolve os personagens:

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a bela e jovem mulher ao centro, segura do seu valor, sorrindo, mais com os olhos que com a boca, olha-nos frontalmente entre irónica e divertida com o que entre os outros dois se passa, e será algo que provavelmente ela também quer e se faz difícil por aceitar, requestada pelo jovem em condições que apenas a carta exibida na mão da velha mulher poderia desvendar, o que nunca o saberemos.

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À pintura chamaram Carta de amor (ca. 1570). Será uma carta de amor esse papel dobrado e exibido no ar com uma intenção de olhar que sugere na mulher velha uma alcoviteira? A ser assim, uma alcoviteira, tratar-se-ia antes de convencer a jovem das excelências do pretendente e das condições de contrato nela escritas.

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O jovem, no olhar guloso, e também um pouco ansioso da resposta, dá bem conta do desejo que o move, provavelmente capaz de prometer o céu e o inferno para o conseguir. Garboso e aperaltado (veja-se a moda tão actual da argola na orelha), exibe no sorriso a confiança de quem é usualmente bem sucedido com as mulheres.

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Trata-se de uma pintura profana por onde cobiça e desejo passeiam, dados a ver pela segurança de um desenho rigoroso e sem supérfluos, com um equilíbrio cromático que transforma a sua e contemplação num imenso prazer.

O leitor curioso encontra-a (ou encontrava) num corredor do primeiro andar do museu Thyssen-Bornemisza em Madrid, e se a procurar precisará ir atento, pois trata-se de uma pintura pequena (41,5 x 55cm) em zona de passagem sem destaque especial.

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